sábado, 11 de setembro de 2010

Pedaços

Mordo da fruta proibida
E só mordo porque me falaram que não podia
E eu como a semente do dia a dia
Digerindo os pedaços que eu nem queria

Por cada parte mordida,
Continha em mim uma parte sua
Madura e caída em lembranças frias
Partes indefesas, nossas, e nuas.

Era um gosto de cor vermelho e quente
É um gosto de dor, amor e amante.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Ultimas palavras de um lugar chamado Silêncio

Eu nem estou tão vazio assim, só uma pequena parte da minha solidão me conforta agora. Só a mesma pequena parte que me persegue e minha acompanha, o bom, acho, é que sempre posso contar com ela, minha amiga mais fiel, estou dependente, minha solidão é uma droga pra mim, estou preso em meu corpo e na minha dependência, estou viciado, e não nego. Às vezes é bom ter seu próprio refugio, sua própria ilha de consolação. O homem não nasceu pra ficar sozinho, por isso que às vezes não me sinto humano, ser humano, pra mim, é mais, é ir além das necessidades que nos cerca, ser um ser humano é exceder qualquer regra da natureza, é ir de contra e fazer diferente de todos os outros animais, diferente de si próprio, porque a gente tem que evoluir e mudar, essa pode ser a parte mais animal humana, a evolução, mas considero-a como a parte mais insignificante da minha conclusão. O que concluo não passa apenas de metáforas. Metáforas que me agradam, e me faz querer continuar a viver, afinal, quero ver onde isso vai dar. Eu não sou 100% feliz, mas eu me sinto 100% feliz. Isso é ser humano. É ir de contra qualquer natureza. No nosso caso, espero que melhoremos as coisas. Elas estão todas fora de lugar, e se der, vamos agarrar uma causa e ideologia; o que nos falta é a incompreensão de si e a luta por uma causa. Mesmo que seja perdida, vale à pena lutar, isso é humanidade. O humano tem o poder de mudar tudo a sua volta, nos tornamos homens quando pensamos, quando somos impulsivos e quando nos aquietamos. Quieto. Calmo. Voltemos de volta a nossa solidão, ela que nos faz pensar. Voltemos ao nosso silêncio, para que assim, possamos entender a nós mesmo. Quanto tempo por dia nós nos escutamos?