sábado, 19 de fevereiro de 2011

Quarto trancado

E se eu tragar mais forte,
Promete que alivia um pouco a dor do peito?
- É uma dor real que sinto, e se não for física é uma das piores que já senti...

O sentimento de perda é um sentimento incompleto já percebeu?
- Não, ainda não, mas nem quero.

Se for então pra sentir essa dor, que me venha a certeza, e não me perca no meio do caminho
Não se perca no meio da entrada
Ou entre, ou vá.

Mas fique! Até que as luzes se apaguem.

Eu tenho medo de fechar os olhos e não mais ver a figura amada
Mas eu estou a tanto tempo acordado...

Ninguém me disse que o pra sempre era tão longo;
E que acaba assim, tão de repente.

Vivo em conflito com o vizinho, por não caber em mim todos esses pensamentos.
Preciso ser ouvido!
Ainda tenho uma criança imatura querendo atenção, que desconhece os problemas da vida
E tem sede de solução.

Perdoe-me todo esse exagero, ainda não sei lidar com as emoções do primeiro amor.


Brasília, 19 de maio de 2009

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Vários de mim

Sei que sou agora;
todos em um só.
Brigando por um espaço em movimento
Dentro de todos os sentimentos

Quero tudo;
e de uma vez só.
Para não mais sofrer diante da vida
Para não mais temer as feridas

Sou vários nesse corpo frágil
Abalado por qualquer estrago
Inabitável corpo
Com a fraca carne dividindo espaço

E dentre todos que sou
E de tudo que sinto
Ainda ando por ai omitindo
Me escondendo em duas faces.

Por nós

Vamos falar um pouco do passado
Quando mal nos olhávamos
Quando estranhamente nos inclinávamos, sem olhares

Vamos falar um pouco do que passou
Para construímos caminhos melhores
Para escolher ao menos um

Vamos só passar menos
E ficar um pouco mais
Mesmo com as luzes acesas
Mesmo com o coração apagado
Seria então, mais que alguns breves toques
Que nem fora tão tocados assim

Vamos olhar pro passado
E querer mais

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

...!

Se calei com a voz do meu peito,
Falo-te por onde não escuto.
É o sussurro do meu desespero
É um pouco do meu absurdo...

Eu até que finjo bem

Eu finjo que me conheço
E me pego escrevendo sobre o que nem sinto
Eu finjo que me conheço
Dando razão a todos meus defeitos
Eu finjo que me conheço
E estranho o meu sem sentido ganhando forma.

Eu me conheço por partes
E me estranho por inteiro

E eu aqui...
falando desse veneno que não me pica.

Metade que falta

Estamos sempre em par
Opondo ideias
Opondo prazeres
Opondo nós mesmos

Queremos sempre encontrar alguém
Que seja como a gente;
a gente no lado oposto.

Buscamos no igual
A parte que falta

E é na metade...
Que esquecemos do amor
É no pouco...
Que não procuramos a felicidade

Pensei errado

Pensei que era amor
Mas era só mais um par de roupas tiradas
Um par de almas encarnadas
Meu sujo prazer que me escarra

Pensei que era amor
Iludido pelo encanto
Excitado com o espanto
Do silêncio do teu olhar

Queria poder amar
E acordar sentindo a mesma coisa